Crescimento do comércio mundial deverá abrandar para 1,9% este ano

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O comércio mundial deva crescer 1,9% este ano, o que representa uma desaceleração face aos 3,2% observados no ano anterior, prevê o Economic Outlook da Crédito y Caución, hoje divulgado.

De acordo com o Economic Outlook, o abrandamento do crescimento do comércio mundial será menos severo do que o esperado há seis meses, devido à reabertura da China e à resiliência dos Estados Unidos e da União Europeia.

“Embora esta percentagem represente um abrandamento face aos 3,2% registados em 2022, está 0,4 pontos percentuais acima do esperado há seis meses”, lê-se ainda.

Além disso, esta melhoria nas previsões para o comércio está alinhada com a maior procura esperada de importações por parte dos Estados Unidos e da União Europeia, o que evitará um crescimento negativo em 2023 no global do ano.

“A reabertura da China não só aumentará as suas importações, como conduzirá a uma redução dos custos comerciais e das pressões sobre a cadeia de fornecimento mundial”, adianta.

Entre os fatores que continuam a pesar sobre o crescimento do comércio a nível mundial, o aumento dos custos financeiros devido ao endurecimento das políticas monetárias tem um impacto particular sobre o comércio de bens de capital, cujas exportações dos Estados Unidos, Alemanha e Japão caíram nos primeiros meses deste ano.

Além disso, os fluxos de investimento direto estrangeiro estão sob pressão e após a pandemia de covid-19 há também a assinalar que houve uma mudança na procura para os serviços, o que pesa sobre a evolução do comércio de bens.

“Esta tendência é agravada pelos aumentos dos preços da energia, que dificultam a produção em países como a Alemanha e, por último, prossegue o colapso comercial entre a União Europeia e a Rússia e, embora não haja sinais de dissociação em relação à China, verifica-se uma diminuição do seu comércio com os Estados Unidos, em especial nos setores de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)”, salienta o documento.

Se se olhar para a evolução do comércio por setor em 2022, os vencedores setoriais no período da pandemia de covid-19 estão agora a perder participação e vice-versa, verificando-se uma “deslocação da procura de bens para os serviços”, especialmente o turismo e os transportes, conclui.