O Banco Mundial aprovou no passado dia 23 de Agosto, em Washington DC, o orçamento equivalente a 250 milhões de dólares da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA) para a melhoria do sistema de transportes urbanos com enfoque na mobilidade e acessibilidade na Área Metropolitana de Maputo, abrangendo as cidades de Maputo, Matola e vila de Marracuene
O montante referido será utilizado para a construção do primeiro sistema de transporte rápido de autocarros (BRT) e instalações associadas; melhoria do acesso aos bairros de baixo rendimento através do apetrechamento das vias e estradas; a construção de infra-estruturas de circulação não-motorizada, bem como a facilitação da mobilidade de grupos vulneráveis. Parte deste projecto irá estender-se até o distrito de Boane.
Os especialistas do Banco Mundial responsáveis pela implementação deste projecto em Moçambique, afirmam que o mesmo oferece uma abordagem integrada para responder aos desafios da mobilidade urbana na Área Metropolitana do Grande Maputo apoiando os objectivos, a longo prazo, de tornar a área metropolitana mais competitiva, mais verde e resiliente. Esta é uma operação virada para as pessoas, sendo que o sector privado também será beneficiado através da melhoria do acesso aos actuais centros de negócios e às empresas de retalho, factor que irá impulsionar a actividade e o crescimento económico do país.
Importa lembrar que o desenvolvimento económico da Área Metropolitana do Grande Maputo nas últimas décadas tem sido associado a um rápido crescimento da urbanização e da motorização, bem como de uma maior necessidade de mobilidade e escoamento de pessoas e bens. Por outro lado, o grande crescimento populacional expectável, que poderá atingir cerca de 4 milhões de pessoas até 2035, representa um desafio acrescido às soluções de mobilidade levadas à cabo pelas entidades governamentais. Neste contexto, as acções previstas visam eliminar as actuais deficiências do sistema de transportes e a grande distância entre pontos e zonas de potenciais oportunidades através da desaglomeração e desconcentração populacional, das empresas e dos mercados, alargando os níveis de acesso às oportunidades de emprego, potencializando o investimento privado e a diminuição de custos para facilitar as ligações.
Idah Z. Pswarayi-Riddihough, Directora Do Banco Mundial para Moçambique, afirmou estar muita satisfeita com o alcance de mais um marco no que tange a melhoria da vida da população habitante na Área Metropolitana do Grande Maputo, uma vez que “esta operação contribuirá, em última análise, para expandir a oportunidade económica e a inclusão social. O deficiente acesso ao emprego e serviços constitui um grande constrangimento à produtividade económica urbana, e dificulta o potencial e competitividade das cidades e é um elemento crítico de exclusão social subjacente à pobreza urbana.”
Segudo Calisto Cossa, Presidente do Conselho Municipal da Matola, este apoio “vem reforçar um conjunto de iniciativas que têm sido levadas à cabo pela autarquia da Matola evidenciando, uma vez mais, o nosso compromisso de promover e tornar mais sustentável e resiliente a economia local e nacional. Por outro lado, enaltece aquele que tem sido o nosso foco de transformar a cidade da Matola, uma vez que este apoio sustenta a nossa missão de melhorar a condição de vida dos munícipes, bem como de todos os Moçambicanos.”
“Assim, pretendemos com este gesto e apoio dos nossos parceiros, melhorar o nosso sistema de transportes existente, olhando para este projecto como um elemento-chave para atracção de investimento estrangeiro e potencialização da economia através da facilitação do acesso e mobilidade à nossa cidade”, acrescentou Calisto Cossa. Esta operação apoiará também o reforço institucional e regulamentar dos transportes urbanos a nível nacional, metropolitano e local, bem como a capacitação do sector público dos transportes através da profissionalização dos operadores formais e informais de transportes públicos existentes. O projecto tem integrado uma abordagem inovadora para catalisar mudanças estruturais no sector, incluindo foco na digitalização do sector, integração de mulheres e pessoas em situações de vulnerabilidade, integração da participação do sector privado num programa de longo prazo de formalização dos transportes públicos, e foco na construção de capital humano, apoiando a próxima geração de líderes de mobilidade urbana em Moçambique.