A empresa Aeroportos de Moçambique está fortemente prejudicada pelo impacto do coronavirus, disse Saide Júnior, administrador do pelouro de de Administração, Finanças e Marketing.
Para ele o futuro, a curto e médio prazos, prometem ser muito duros, por causa do impacto do coronavírus.
Em Janeiro, a empresa registou o movimento de 172 mil passageiros, mas, em Março, apenas 70 mil, nos voos domésticos, e cerca de 8 a 10 mil passageiros, nos internacionais.
Todas as companhias aéreas internacionais que voavam para Moçambique cancelaram as suas operações e a quarentena na África do Sul, também está a afectar de forma séria a facturação daquela empresa moçambicana.
À excepção da Ethiopian Airlines, todas elas, incluindo a TAAG, angolana, cancelaram os seus voos, mas a companhia etíope vai deixar de voar de uma a duas semanas.
A nível doméstico, ficarão apenas a LAM, e a Ethiopian Mozambique Airlines.
“Em média a faturação mensal é de cerca de 4 milhões e 300 mil dólares, incluindo todas as rubricas. Uma queda de 55 a 60 % com tendência a baixar mais porque, na primeira quinzena de Março, ainda tivemos alguns voos internacionais e na última semana, não tivemos e agora, em Abril, não teremos nenhum voo internacional. E a situação, na nossa perspectiva, as receitas vão baixar em cerca de mais ou menos 3 milhões de dólares”, revelou Saide Júnior
Ele acrescenta que, “no cenário pessimista, esta situação vai levar nove meses e, durante este período de nove meses, apenas as LAM e Ethiopian vão operar no mercado doméstico e a uma capacidade de mais ou menos cinquenta por cento”.
A situação piora quando se sabe do encerramento de fronteiras, na África do Sul.
A empresa fica sem poder facturar os 600 mil dólares que facturava mensalmente, depois de, nos últimos tempos, ter investido 500 milhões de dólares na construção, reabilitação de modernização de diversas infra-estruturas.
Neste momento, a dívida à banca ronda os 235 milhões de dólares americanos.
Por causa da crise, provocada pela Covid-19, não vão conseguir pagar e, nos próximos dias, vão iniciar tentar negociar com a banca a sua restruturação.
“O primeiro pedido que nós fizemos à banca é reestruturar os financiamentos, deixarmos de pagar, porque não havemos de conseguir pagar. O segundo é o que eu disse: no limite, vamos precisar de apoio para manter a funcionalidade dos aeroportos e pagar salários. Se chegarmos a este limite, vamos precisar, em média, mais ou menos, um milhão e 500 mil dólares mês para aguentar com os salários e a operação normal”, concluiu o administrador do pelouro de Administração, Finanças e Marketing da Empresa Aeroportos de Moçambique, que tem 850 trabalhadores, e que paga 800 mil dolares americanos por mês, em salários.