Moçambique Expresso retoma operações após acordo com Embraer

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A Moçambique Expresso (Mex), subsidiária da estatal Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), confirmou esta quarta-feira, a retoma imediata das operações que envolvem voos domésticos e regionais, duas semanas após a suspensão, depois de acordado um plano de pagamento de uma dívida à Embraer.

Numa comunicação interna, com data de 13 de Setembro de 2023, assinada pelo director-geral da companhia, Faustino Massitela, citada pela Lusa, é confirmado que a Mex está em condições de garantir o restabelecimento das operações normais com efeitos imediatos.

Na origem da decisão está um entendimento com a construtora brasileira Embraer para o pagamento, em 17 prestações, até Janeiro de 2025, de uma dívida de 1,1 mil milhões de dólares, conforme os termos do acordo.

De acordo com a Lusa, com a aplicação deste, o director-geral da Mex refere que as áreas técnica e de operações da companhia confirmaram que voltaram a ter acesso à plataforma FlyEmbraer na noite de terça-feira, necessária para a gestão da frota, pelo que estão sanadas as causas que levaram à decisão da suspensão das operações, a 31 de Agosto.

Segundo informação da companhia, a Mex opera três aeronaves do tipo Embraer 145 para vários destinos no País e na região, nomeadamente ao serviço da LAM, que enfrenta fortes dificuldades financeiras que, em Abril, levaram o Governo a colocá-la sob gestão da sul-africana Fly Modern Ark (FMA).

“Para além de prover a LAM com aviões de médio porte para o cumprimento do horário da companhia, a Mex faz assistência em terra e em diversos outros serviços. De todos estes, a Mex recebe apenas o equivalente a 200 mil dólares, valor que é usado para pagar uma parte dos salários do pessoal”, lê-se numa outra comunicação, de 29 de Junho último, assinada por Faustino Massitela.

“A não canalização dos valores à Mex coloca a empresa em situação de falta de liquidez para honrar os seus compromissos com fornecedores e em risco de fechar portas”, acrescenta-se no comunicado.

A mesma carta alertava que desde 1 de Junho que se regista por parte da LAM “uma redução substancial na utilização da frota Mex, o que compromete a capacidade desta em gerar receita para suportar os seus custos, para além de subutilização dos recursos financeiros disponíveis, e a acumular dívidas com fornecedores, como a Embraer”.

De referir que nos últimos três meses, a empresa LAM registou um aumento de 24% no número de passageiros transportados, para mais de 56 mil, e subiu a receita de voos em 10%, para 671 milhões de meticais.