A agência de notação financeira Fitch Ratings decidiu esta sexta-feira, 9 de Fevereiro, manter o ‘rating’ de Moçambique em CCC+, três níveis acima do incumprimento, mas ainda abaixo da recomendação de investimento, considerando que continuam a existir “riscos substanciais de crédito”.
Os analistas escrevem na nota que o ‘rating’ de Moçambique “reflecte os elevados níveis de dívida pública, a fraca gestão das finanças públicas, o baixo PIB per capita, finanças externas fracas, fracos indicadores de governação e uma situação de segurança desafiante”.
No anúncio da decisão, a Fitch Ratings escreve, por outro lado, que “as robustas perspectivas de crescimento a médio prazo, apoiadas pelo desenvolvimento do sector do gás natural liquefeito, o acordo de 456 milhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2022 e a natureza concessional da dívida pública externa, com baixos custos do serviço de dívida, dão algum sustento à credibilidade do crédito”.
A Fitch não atribui uma perspectiva de evolução da economia, conhecida como ‘outlook’, a países que têm um rating de CCC’, o terceiro acima do Incumprimento Financeiro, ou ‘default’.
Na análise, a Fitch diz esperar um crescimento económico “forte relativamente aos pares” com o mesmo ‘rating’, antecipando uma média de 4,5% neste e no próximo ano, que compara com uma expansão de 5,9% no ano passado.
“O forte crescimento de 2023 foi motivado pela expansão da produção na plataforma flutuante Coral Sul, da Eni, que começou a produção no final de 2022 e chegou a 90% da capacidade no terceiro trimestre do ano passado”, explica a Fitch, acrescentando que o regresso da TotalEnergies a Cabo Delgado terá um efeito positivo no crescimento da economia moçambicana já este ano.