Exposição no Balcão Premier do Absa Bank Moçambique conduz à valorização das marcas dos estilistas moçambicanos
Aprimoramento de conhecimentos através da troca de experiências, melhor posicionamento face ao mercado industrializado, estabelecimento de novos contactos, abertura de novas possibilidades, fidelização dos clientes, visibilidade e valorização da marca, são os principais resultados anunciados pelos estilistas moçambicanos, durante os três meses de exposição das suas criações nos espaços do Balcão Premier do Absa Bank Moçambique, no âmbito da parceria entre o Banco e a organização do Mozambique Fashion Week.
Ricardina Adelino, uma das 18 expositoras, considera que a “incrível” experiência não poderia ter sido melhor, tendo em conta que a iniciativa permitiu, igualmente, a convivência com outros “Young Designers”, que lutam constantemente para enriquecer o seu potencial e se afirmarem na moda internacional.
“Esta é a luta de um povo que até ontem não tinha moda no seu DNA, mas que hoje já está a começar a marcar o seu espaço no território internacional, no que diz respeito à expansão dos seus produtos”, disse.
Ricardina Adelina manifestou-se encorajada com a reacção do público, que, segundo narra, “vê qualidade nas criações [dos estilistas] e quer fazer valer a moda moçambicana”.
Numa época em que o receio pelos efeitos negativos da Covid-19 afecta quase todos os sectores de actividade, a estilista refere que encontrou, na crise, diversas oportunidades.
“Nós, como moçambicanos, deveríamos ter agarrado esta oportunidade como uma das mais valiosas das nossas vidas, porque o nosso público tem o mercado todo fechado – não se está a encomendar nada de fora. Então, todos os moçambicanos, têm em nós a oportunidade de encontrar produtos feitos por moçambicanos, é uma oportunidade boa de mostrarmos a qualidade dos nossos serviços e incitar o nosso público, porque o público moçambicano, o povo moçambicano tem sim começado a acreditar e apostar em nós”, disse.
Quem também partilha desta opinião é o estilista Alberto Correia que, aliás, já se tinha adaptado à nova realidade logo no segundo mês pós-covid.
“Trabalhando como autónomo não me podia dar ao luxo de perder tanto tempo e esta iniciativa encontrou-me já em andamento, mas acrescentou tanto valor ao meu produto e têm sido os melhores dias”, sublinhou.
Acrescenta ainda que com esta iniciativa, o Absa Bank Moçambique veio quebrar o paradigma das classes sociais expondo o trabalho dos fazedores de moda ao público em geral, desde apreciadores a compradores.
“Para mim, o futuro é certo: sucesso absoluto! E quem sabe um dia ganhe a oportunidade de ser útil para as mentes criativas do Absa Bank Moçambique e, quiçá, mais apoios para o meu negócio e ideias” acrescentou.
A Directora do Serviço ao Cliente do Absa Bank Moçambique, Tânia Oliveira, referiu que a notoriedade da exposição foi excelente e o impacto que causou foi muito positivo, e reforçou que o Banco continua empenhado em promover o desenvolvimento da arte e cultura Moçambicana.
“É extremamente gratificante perceber que, no fim deste projecto, a mensagem que pretendíamos despertar nos jovens foi absorvida, e que independentemente do contexto que se vive e das limitações impostas é possível chegar mais além e não é esta pandemia que nos vai fazer desistir. Mais do que nunca, esta fase que vivemos é de incerteza, e por isso estamos focados em procurar formas de contribuir através de iniciativas pioneiras, que se adaptem facilmente ao novo normal e que caracterizem o conceito ‘Africanicidade’, de procurar fazer as coisas acontecerem independentemente das circunstâncias em que nos encontramos.”
O Director da DDB Moçambique, representante do MFW, Vasco Rocha, fez uma avaliação positiva da exposição, ressaltando que permitiu aos estilistas renovar a sua vitalidade, numa altura em que se verifica a limitação dos contactos interpessoais, que muitas vezes resultam em vendas.
“Para uma exposição de três meses, em seis montras de um balcão bancário, acreditamos ter sido o número certo. Até porque, no total, foram apresentadas 52 peças de uma forma dinâmica e atípica”, concluiu.