O endividamento total do Sector Empresarial do Estado (SEE) moçambicano reduziu quase 2% no primeiro trimestre, para o equivalente a 601,8 milhões de dólares, segundo dados do Governo.
De acordo com um relatório sobre a evolução da dívida pública de Moçambique, do Ministério da Economia e Finanças, desse ‘stock’, o endividamento externo cresceu ligeiramente, 0,36%, do último trimestre de 2023 para os primeiros três meses deste ano, ascendendo a 274,5 milhões de dólares.
Já o endividamento interno total recuou no mesmo período 3,3%, para 20.912 milhões de meticais, o que “resulta da contração do ‘stock’ da dívida” por parte das empresas participadas pelo Estado, como das empresas públicas, comparativamente ao trimestre anterior.
Só a distribuidora petrolífera estatal Petromoc reduziu em três meses o endividamento interno em 512,5 milhões de meticais, mantendo um ‘stock’ total de 113,5 milhões de meticais.
A dívida interna contraída por empresas participadas pelo Estado moçambicano era liderada no final de março pela companhia de bandeira Linhas Áreas de Moçambique (LAM), com 6.828 milhões de meticais, um aumento de 0,9% em três meses.
Os pagamentos das empresas do SEE moçambicano ao Estado caíram 3% em 2022, para 28,5 mil milhões de meticais, mas continuaram a gerar um excendente nas contas públicas.
De acordo com o relatório anual de análise à saúde financeira do SEE moçambicano, do Ministério da Economia e Finanças, estes dividendos contrastam com os 29,4 mil milhões de meticais de 2021 e os 14,2 mil milhões de meticais em 2020.
O relatório analisou a situação financeira de 11 totalmente públicas e 10 exclusivas e maioritariamente participadas pelo Estado.
No sentido contrário, o Estado investiu cerca de 5,5 mil milhões de meticais no SEE em 2022, em aportes de investimento, quando no ano anterior esses apoios totalizaram 3,5 mil milhões de meticais e em 2020 cerca de três mil milhões de meticais, incluindo subsídios de investimento.
Em 2020, estas empresas registaram um volume de negócios de 122,8 mil milhões de meticais, equivalente a 12,6% do produto interno bruto (PIB) moçambicano, que cresceu 3,7% em 2021, para 127,4 mil milhões de meticais, equivalente a 11,4% do PIB, disparando 23% em 2022, para 156,7 mil milhões de meticais, atingindo o equivalente a 13,3% do PIB.
O SEE moçambicano registou em 2020 prejuízos de 6,1 mil milhões de meticais, invertidos no ano seguinte, com lucros de 14,2 mil milhões de meticais que cresceram mais 9,8% em 2022, para 11,9 mil milhões de meticais.
“O balanço consolidado do SEE mostrou-se estável e robusto com incrementos assinaláveis do património líquido na ordem de 29% entre 2020 a 2022”, refere-se ainda no relatório.
Acrescenta que os resultados da análise mostraram que 2022 foi “relativamente melhor para as empresas do SEE quando comparado com os períodos anteriores”, em que a saúde económico-financeira destas empresas apresentou-se globalmente “moderada”, mas que “prevalecem desafios no setor, que deverão merecer maior atenção por parte do Estado”.