A consultora Business Monitor International (BMI) estima que a economia de Moçambique cresça 6,5% neste ano e 4,2% no próximo, impulsionada pelo aumento da produção e das exportações do gás natural liquefeito, avança um documento divulgado neste domingo, 20 de Agosto.
“Prevemos que o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique acelere de uns estimados 4,1% em 2022 para 6,5% em 2023 e 4,2% no próximo ano”, lê-se no comentário dos analistas da consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings.
Segundo os mesmos citados pela agência Lusa, “apesar de o País ter sido atingido pelo ciclone Freddy em Março, o que causou estragos abrangentes nas infra-estruturas e abrandamento da actividade do sector privado, houve uma compensação impulsionada pelo forte crescimento de 8,2% do sector primário, principalmente o mineiro, que cresceu 32,6%”.
“A estabilidade económica também será influenciada pelas exportações do sector do gás natural liquefeito, que será um dos principais motores do crescimento económico neste e no próximo ano”, concluem os analistas.
Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo e localizadas ao largo da costa da província de Cabo Delgado.
Dois desses projectos têm maior dimensão e prevêem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para depois o exportar por via marítima em estado líquido.
Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após o ataque armado a Palma, em Março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona estivesse segura. O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).
Um terceiro projecto concluído e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante de captação e processamento de gás para exportação, directamente no mar, que arrancou em Novembro de 2022.