TotalEnergies vai apoiar construção de terminal de GNL de Moçambique

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A companhia petrolífera francesa TotalEnergies, espera aprovar em 2025, a construção de um terminal de importação de gás natural liquefeito em Moçambique para consumidores da vizinha África do Sul e evitar uma potencial crise de fornecimento.

A primeira exportação de gás natural poderá sair da terminal da Matola até final de 2027, segundo a Gigajoule, empresa parceira no projecto. Ainda no mesmo ano, o gas extraído dos campos da Sasol Ltd. em Moçambique deverá ser canalizado para empresas Sul-aricanas, que incluem unidades da cervejeira Anheuser-Busch InBev SA/NV e da siderúrgica ArcelorMittal, alimentando o receio de um chamado “penhasco de gás” no país mais industrializada do continente.

O projecto terá capacidade para transportar 2,5 milhões de toneladas de GNL por ano e poderá ser o primeiro grande fornecedor de gás natural liquefeito para a África do Sul e é independente do projecto de produção e exportação que a TotalEnergies tem na província de Cabo Delgado.

Os membros da Associação de Consumidores de Gás Industrial da África Austral – IGUA, um grupo de pressão, estão prontos para assinar um termo de compromisso até Dezembro para a compra do gás natural a partir do terminal da Matola, como parte de um esforço para concretizar o projecto. O grupo está a correr contra o tempo que é necessário para construir as novas infra-estruturas, disse Jaco Human, director Executivo da (IGUA). “O risco de não ter gás é catastrófico”, afirmou, citado pela Bloomberg.

A procura de fontes alternativas de gás pela IGUA surge numa altura em que a África do Sul projecta consumir mais gás natural e reduzir a dependência do carvão mineral devido ao seu impacto nocivo ao meio ambiente. Embora o governo esteja a tomar medidas para construir essas infra-estruturas, os clientes actuais que consomem gás não poderão suportar atrasos.

A decisão final de investimento deverá ser tomada no segundo trimestre do próximo ano, segundo o director executivo da Gigajoule, Jurie Swart. O terminal de importação será ligado a um gasoduto existente que transporta o gás da Sasol de Moçambique para a África do Sul. Em 2019, a Gigajoule estimou o custo do projecto em 3,2 mil milhões de dólares, incluindo uma central eléctrica a gás.

A TotalEnergies disse que está a envolver “todas as partes interessadas relevantes”, incluindo a Sasol e a empresa estatal sul-africana de energia Eskom Holdings SOC Ltd.

Os compradores de gás interessados mantiveram discussões em 4 de Outubro sobre o contrato e os preços, bem como contactos com a Sasol e instituições financeiras.