A taxa de juro de referência para as operações de crédito em Moçambique vai manter-se em 21,2% em Setembro, pelo segundo mês consecutivo, divulgou hoje a Associação Moçambicana de Bancos (AMB).
Desde 2018 que esta taxa, conhecida como ‘prime rate’, estava em queda, até ao mínimo de 15,5% em Fevereiro de 2021, quando a tendência se inverteu e a taxa começou a subir até atingir 24,1% em Julho do ano passado.
A taxa regressou aos valores de Abril de 2023 (23,50%) em Janeiro de 2024, após seis meses consecutivos em máximos de 24,1%. Desceu, depois, em março para 23,10%, em Abril para 22,70%, em Maio para 22,30%, em Junho para 22% e em Julho para 21,2%.
Os aumentos da ‘prime rate’ estão associados à subida da taxa de juro de política monetária (taxa MIMO, que influencia a fórmula de cálculo da ‘prime rate’) pelo banco central, por forma a controlar a inflação.
O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu em 31 de Julho último baixar a principal taxa de juro MIMO, de 15% para 14,25%, justificando com a perspetiva da inflação a manter-se em um dígito no médio prazo.
“Esta decisão é sustentada pelas contínuas consolidações das perspetivas de inflação em um dígito a médio prazo, num contexto em que as incertezas associadas às projeções mantêm-se favoráveis”, disse o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, durante a apresentação das medidas tomadas pelo CPMO.
A criação da ‘prime rate’ foi acordada em 2017 entre o banco central e a AMB para eliminar a proliferação de taxas de referência no custo do dinheiro.