A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), considerada uma das maiores produtoras independentes de energia de África Austral, admite a “reactivação” do projecto da nova central, a norte, face à crescente demanda de eletricidade na região.
“A longo prazo, a empresa está a conduzir reflexões estratégicas com vista a reactivação do projecto Cahora Bassa Norte, para atender à crescente demanda energética de Moçambique e da região, face a crise que se vem assistindo”, refere uma informação da empresa.
De acordo com o estudo de impacto sócio-ambiental do projecto da Central Cahora Bassa Norte (CBN), apresentando em 2012 e, entretanto abandonado pela empresa, esta teria uma capacidade máxima instalada para gerar 1.250 MegaWatts (MW) e seria construída na margem esquerda da existente barragem de Cahora Bassa, lado oposto da central existente, a Central Cahora Bassa Sul, cuja capacidade máxima de produção é de 2.075 MW.
A albufeira de Cahora Bassa é a quarta maior de África, com uma extensão máxima de 270 quilómetros em comprimento e 30 quilómetros entre margens, ocupando cerca de 2.700 quilómetros quadrados e uma profundidade média de 26 metros.
A barragem está instalada numa estreita garganta do rio Zambeze e a sua construção decorreu de 1969 a 01 de Junho de 1974, dando início ao enchimento da albufeira.
A HCB acrescenta na mesma informação que “está na fase final de preparação para a implementação de projetos de reabilitação e modernização do seu parque eletroprodutor”, os quais “terão impacto multiplicador na sua performance de produção”.
“Ao mesmo tempo que colocou em carteira a perspetiva de realização de projetos de produção de energia, de curto e médio prazo, através de fontes alternativas, com destaque para a construção de uma central fotovoltaica de até 400 MW, com possibilidade de evoluir no futuro”, refere igualmente.
A Hidroeléctrica de Cahora Bassa alcançou no primeiro semestre de 2023 uma produção hidroenergética de 8.013,6 GWh, registou “que supera o plano de produção semestral em 14,8% e em 0,6%, se comparado com o período homólogo de 2022”.
A hidroelétrica fechou o primeiro semestre com armazenamento em 92,5% do seu volume útil da barragem, correspondendo a uma quota da superfície de água na albufeira de 324,5 metros em relação ao nível médio das águas do mar, admitindo a empresa que é “satisfatório para garantir a produção orçamentada até o final do ano, estimada em 14.291,6 GWh”.