O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 17,25%, uma decisão, “sustentada pela prevalência de elevados riscos e incertezas associados às projecções de inflação, não obstante as perspectivas de uma inflação de um dígito no médio prazo”.
O CPMO decidiu aumentar os coeficientes de Reservas Obrigatórias para os passivos em moeda nacional de 28,0% para 39,0%, e em moeda estrangeira de 28,5% para 39,5%, visando absorver a liquidez excessiva no sistema bancário, com potencial de gerar uma pressão inflacionária.
O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique, afirma que os riscos e incertezas subjacentes às projecções de inflação mantêm-se elevados. “A nível interno, destaca-se a manutenção da pressão sobre a despesa pública, num contexto de fraca arrecadação de receitas, e as incertezas quanto à evolução do preço de bens administrados, sobretudo dos combustíveis líquidos. Na envolvente externa, realçam-se as incertezas quanto aos efeitos do prolongamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, a dinâmica dos preços das mercadorias, bem assim a volatilidade dos mercados financeiros”.
Numa outra perspectiva, o CPMO, observa que estão a ser consolidadas as perspectivas de uma inflação de um dígito no médio prazo e as perspectivas de um crescimento económico moderado.
“No I trimestre de 2023, o produto interno bruto (PIB) cresceu em 4,2%, a reflectir, essencialmente, o bom desempenho da indústria extractiva. Para 2023 e 2024, antevê-se que a indústria extractiva continue a contribuir para a aceleração do crescimento do PIB. Excluindo os projectos de gás, perspectivasse um crescimento económico moderado”..
Entretanto, o CPMO, faz saber que a dívida pública interna agravou-se.
“O endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 302,8 mil milhões de meticais, o que representa um aumento de 27, 7 mil milhões em relação a Dezembro de 2022”.