Tecnologia chinesa garante aumento da produção de arroz acima da média

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Hu Jigao, gestor da Wanbao, e Armando Ussivane, PCA da empresa Regadio do Baixo Limpopo (RBL), dizem que o projecto da plantação de arroz fez renascer a esperança por um sector que se arriscava a continuar com baixos níveis de produção e, por via disso, inviável para os grandes produtores. Hoje, os produtores familiares, os comerciais e os emergentes deram uma volta à situação e multiplicaram a produção por hectare.

Na cidade de Xai-Xai, província de Gaza, está localizado o maior projecto, chinês, de produção de arroz em África. Trata-se da Wanbao, uma iniciativa que depois de ter arrancado, em 2000, com uma parceria entre os governos moçambicano e chinês, em 2017 passou a ser gerido por uma empresa privada, a CR20.

Hoje, o projecto Wanbao representa o sucesso da produção de arroz em Moçambique e serve de inspiração para outras regiões do país e não só.

Hu Jigao, mesmo sem querer falar de números, refere que a iniciativa conta com o financiamento do Fundo de Investimento China-África e possuía uma concessão de 15 mil hectares, dos quais 8.300 estão infraestruturados.

Hoje, a área plantada é de pouco mais de 2.400 hectares, onde a produção unitária chega a atingir 7.5 toneladas de arroz por hectare.

A Wanbao está, igualmente, a treinar produtores locais para assimilarem as novas técnicas de produção com vista a melhorarem a sua produtividade. Ao todo, são 441 produtores que estão a ser treinados numa área de 870 hectares.

Segundo Hu Jigao, estes produtores conseguem, hoje, produzir 6.6 toneladas de arroz por hectare, contra as 2.5 toneladas que alcançavam antes de serem treinados pela Wanbao.

Hu Jigao, Director Geral Adjunto da CR20 Moçambique, Lda

Para melhorar a produção, a Wanbao apostou em sementes híbridas, que são germinadas antes mesmo de ser lançadas, cujo potencial é de atingir 11 toneladas de arroz por hectare.

Os objectivos da Wanbao, no mercado nacional, passam pela industrialização agrícola, bem como por seguir o caminho do desenvolvimento sustentável.

A partir de Xai-Xai, a Wanbao quer chegar ao mercado internacional e transformar-se num acto a ter em conta.

RBL, UM PARCEIRO ESTRATÉGICO A RBL

é uma empresa pública, cuja atribuição é a gestão da terra, da água e das infraestruturas, bem como garantir a assistência técnica aos produtores e estabelecer a ligação entre os produtores e o mercado.

O Presidente do Conselho de Administração (PCA) da RBL, Armando Ussivane, diz que a área total, que está à responsabilidade da empresa, é de 70 mil hectares, dos quais apenas 17 mil estão infra-estruturados.

A nível do regadio, segundo Ussivane, existem três sistemas de produção. O primeiro é do sector familiar, que abrange nove mil produtores, e o segundo é o comercial, onde a Wanbao detém a maior quota.

O terceiro sistema é o designado emergente, que é constituído por produtores que estão numa fase de transição do familiar para o comercial.

Armando Ussivane, PCA da RBL

Armando Ussivane conta que antes da entrada da Wanbao, no regadio, muitos produtores “pensavam que o arroz não é rentável por causa da experiencia do Chókwe, onde os melhores produtores atingiam, no máximo, quatro toneladas por hectare”.

Wanbao trouxe algumas inovações, nomeadamente, uma melhor variedade da semente, a tecnologia de pré-germinação e a atenção redobrada no nivelamento dos terrenos.

Hoje a área total plantada do regadio é de 4.390 hectares, dos quais pouco mais de 2.400 são da Wanbao.

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