O Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), Salim Valá, afirmou esta quinta-feira, que é importante que sejam adoptadas medidas mais arrojadas para impulsionar o desenvolvimento da economia moçambicana, que actualmente se encontra um pouco estagnada.
Salim Valá falava durante uma palestra subordinada ao tema “Repensar as Estratégias de Desenvolvimento Económico de Moçambique”, na Universidade Técnica de Moçambique (UDM), em Maputo.
O PCA da Bolsa de Valores disse que o Estado dever ser ‘amigo’ do negócio, para que todos os empresários se sintam motivados.
“Devemos estimular o negócio a nível nacional e fomentar a pesquisa económica, assim como reforçar certos pilares necessários, como é o caso das instituições de planeamento e de cobrança de impostos”, avançou.
Durante a sua explanação, Salim Valá recordou que o conflito na Ucrânia está a criar constrangimentos na economia mundial, salientando que, em Moçambique, os impactos têm sido muito fortes, devido às fragilidades e ao alto nível de dependência existente.
“Importa repensar sobre como podemos tornar-nos produtivos e menos dependentes dos recursos minerais e das exportações. O clima de vulnerabilidade faz com que o investimento baixe significativamente, o que não é positivo. No território nacional, há muito potencial e existem corredores estratégicos de desenvolvimento. No entanto, estes não servem aos moçambicanos num todo, estão apenas virados para os outros países, facto que precisa de ser alterado”, enfatizou Valá.
“Precisamos de traçar estratégias, capacitar os jovens para que possam liderar. O País precisa de gerar mais empregos para diminuir as desigualdades sociais, impulsionar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). E é importante que tenhamos atenção para não cair na armadilha da maldição dos recursos naturais”, frisou.
Para Salim Valá, é fundamental que se coloque a dívida pública numa trajectória sustentável, como forma de promover uma economia orientada para o mercado, sobretudo para as Pequenas e Médias Empresas (PME).
“O aumento da produtividade e políticas orientadas para a agricultura, indústria transformadora, educação, infra-estruturas e o surgimento de mecanismos para financiar projectos inovadores e viáveis são soluções que podem ajudar-nos no curto e médio prazo”, disse.
“Deve reduzir-se a informalidade económica no sector empresarial, pois muitos não pagam impostos. Há que atrair investimento directo estrangeiro, gerir bem as finanças públicas, apostar na digitalização e trazer propostas para os desafios económicos”, concluiu.