Gás é determinante para o crescimento acentuado em 2022

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Enfrentar os desafios impostos pela pandemia do COVID-19, sem deixar de impulsionar o crescimento económico, continuará a absorver a maioria dos governos africanos em 2022. A conclusão resulta do recente estudo económico “Africa Year-Ahead Outlook”, realizado pela equipa de Investigação do Banco sul-africano Rand Merchant Bank (RMB) que, à semelhança do FNB, integra o Grupo Firstrand – o maior grupo financeiro de África por capitalização bolsista. 

“Com base no cenário mais optimista para Moçambique, é expectável um aumento de despesas governamentais em sectores como o da construção – com a produção de gás e actividade mineira crescentes; uma cobertura de vacinação mais extensa e a reabertura das fronteiras”, diz Daniel Kavishe, Economista do RMB. 

“É de esperar um crescimento superior a 4% ao longo dos próximos anos – o nosso cenário base aponta para uma subida na ordem dos 4.1% em 2022, antes de atingir os 5.1%”, acrescenta Kavishe.

Em relação às operações do Coral LNG, a petrolífera ENI prevê o início da produção e exportações das mesmas, para 2022. A operação offshorenão foi afectada pelos ataques insurgentes em Cabo Delgado, o que permitiu à petrolífera manter a dinâmica apesar do impacto da pandemia. A plataforma flutuante da ENI deverá produzir 3,4 milhões de toneladas de LNG anualmente. Segundo Kavishe: “A produção de LNG deverá alcançar a sua capacidade máxima nos próximos dois ou três anos, operações cujas receitas fiscais deverão contribuir para o reforço dos planos fiscais do governo.”

Para além dos sectores mencionados, há outros sectores da economia no qual se prevê crescimento em 2022, nomeadamente a agricultura e a construção. O sector da construção deverá ser suportado pelo orçamento expansionista proposto pelo governo e o sector agrícola, por outro lado, apresenta perspectivas de crescimento devido à previsão de chuvas constantes em toda a região. 

Relativamente ao orçamento nacional e ao financiamento do Governo, o RMB verifica um aumento expectável do défice orçamental na ordem dos 12,5% do PIB, em 2022. O aumento do défice fiscal é motivo de preocupação, dado que a maioria das economias regionais busca a consolidação fiscal ao longo dos próximos anos, eliminando despesas desnecessárias e assegurando uma dívida controlada.

O RMB prevê, ainda, uma desvalorização do metical para níveis a rondar os 65.9 face ao dólar norte-americano, ao longo de 2022. Apesar da esperada melhoria das receitas derivadas da exportação do Coral LNG, as importações continuam a subir em todo o país, resultando num aumento do défice da balança de transacções correntes. 

Por último e segundo Janine Goosen, é de esperar uma procura de moeda estrangeira no mercado superior à oferta num futuro próximo.

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