O conflito entre Israel e Palestina pode prejudicar o comércio entre o país e o Médio Oriente, refere o relatório do Banco de Moçambique.
De acordo com o Relatório de Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação do Banco de Moçambique, citado pelo Jornal Notícias, o impacto poderá sentir-se mais nas importações de combustíveis para Moçambique a partir daquela zona do globo.
“O Médio Oriente representa cerca de 12 % do total do comércio de Moçambique com o mundo, sendo que as exportações para aquela região possuem um peso de 3,2% do total das exportações do país, enquanto as importações oriundas do Médio Oriente representam 19,8% do total de importações”, lê-se no documento do Banco Central citado pelo diário de maior circulação no país.
De acordo com a fonte que temos vindo a citar, o relatório aponta que cerca de 74 % dos combustíveis que o país importa é proveniente do Médio Oriente.
“Perspectiva-se que o escoamento de mercadorias pelo Estreito de Ormuz poderá continuar a ocorrer com alguns constrangimentos, originando um aumento dos custos de transacção, podendo-se por esta via gerar uma pressão inflacionária da qual Moçambique não estaria isento, devido ao considerável volume de combustíveis que o país importa daquela região e atendendo ao seu expressivo peso no Índice do Preço ao Consumidor”, analisa o Banco de Moçambique.
A partir do Médio Oriente, Moçambique compra também adubos e o cimento, cujas importações oriundas daquela região representam cerca de metade do total das importações destas mercadorias.
No que se refere às exportações, a maior exposição reside nos fios de alumínio, segundo o documento do Banco de Moçambique.
“Entre as principais mercadorias exportadas pelo país ao Médio Oriente, apenas os fios de alumínio têm um peso de 24% das exportações.
Contudo, depreende-se que o Médio Oriente não é um dos principais mercados de exportação das mercadorias do país e, portanto, a crise geopolítica nesta região tem um potencial impacto directo diminuto nas receitas de exportação”, conclui o relatório do Banco Central.