O Governo quer ver solucionada, o mais breve possível, o problema do engarrafamento na Estrada Nacional Número Quatro (N4), causado pela enorme avalanche de camiões de carga oriunda da vizinha África do Sul para o Porto de Maputo.
Segundo o Presidente da República, Filipe Nyusi, os intervenientes-chave do sector dos transportes e comunicações do país, através de uma reunião agendada para discutir o assunto esta terça-feira, deverão apontar saídas para o problema que já se arrasta há anos.
Nyusi fez essa exigência ontem, em Maputo, durante o lançamento das comemorações dos 120 anos da infra-estrutura ferro-portuária da cidade de Maputo, evento que marca o trajecto secular do Porto de Maputo.
“A situação é constrangedora porque não se anda. Há dias, atrasei à uma reunião e tive que andar em contra-mão. Discutam isso e encontrem solução. O ser humano foi feito para pensar. Eu acredito que vocês vão conseguir fazer isso”, exigiu Nyusi, citado pela AIM.
O Chefe do Estado disse, ao grupo que vai hoje discutir a solução da N4, que tanto os moçambicanos, bem como os sul-africanos e a comunidade internacional aguardam com expectativa as soluções criativas para a flexibilização do fluxo de pessoas e bens naquela via.
Por outro lado, Nyusi defendeu um desenvolvimento ferro-portuário baseado num maior equilíbrio entre a carga rodoviária e ferroviária, mitigando o impacto do crescimento das operações do porto de Maputo sobre a N4, tratando-se do principal corredor do transporte de Moçambique e principal artéria do porto de Maputo.
O Presidente da República, instruiu aos gestores portuários como o pelouro que gere os transportes e comunicações do país a encontrarem soluções para que o crescimento da economia ocorra em consonância com o bem-estar das populações, dos utilizadores da N4, bem como assegurar a manutenção das outras infra-estruturas de transporte que servem o corredor logístico de Maputo.
Sobre as comemorações dos 120 anos do Porto de Maputo, Nyusi disse que, volvidos 20 anos de parceria público-privada na gestão da infra-estrutura, salta hoje à vista os resultados dos investimentos realizados de forma contínua, garantindo não só a segurança e eficiência operacional, mas colocando o porto entre os mais competitivos da região.
Prometeu que, ainda este ano, o executivo vai colocar à disposição, mais um porto novo. Trata-se do Porto de Nacala, zona norte do país.
Já o director-geral da Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), Osório Lucas, disse que a redução do congestionamento não deve ser feita por redução de negócio, dado os benefícios à economia e geração de emprego, mas sim uma fronteira mais flexível com base na introdução de tecnologia.
Defendeu, igualmente, a promoção de maior volume de carga ferroviária para o porto, que, na sua opinião, requer investimento em sistemas.
“O que nós pretendemos é encontrar uma equação equilibrada entre o aumento do volume ferroviário e o contínuo aumento de carga rodoviária, mas que passaria em horas de menor pressão. Nós e CFM estamos a trabalhar agora para integração dos nossos sistemas digitais que farão com que a comunicação seja mais fácil e a movimentação de vagões no porto também se torne mais fácil”, disse.
Refira-se que a empresa pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique e a Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) têm vindo a implementar um conjunto de medidas para descongestionar a N4 e outras vias da cidade da Matola, com vista a flexibilizar o transporte de carga, mas, paradoxalmente, ainda não surtiram efeito desejado.