A Kenmare, uma das maiores produtoras mundiais de titânio e zircão, que opera a mina de Moma, Moçambique, pagou 30,5 milhões de dólares em 2023 ao Estado moçambicano, em taxas e impostos.
Segundo informação ao mercado consultada hoje pela Lusa, a Kenmare, de origem irlandesa e que opera em Moçambique através de subsidiárias das Maurícias, pagou ao Estado pela operação na costa da província de Nampula 19.798.000 dólares em taxas, 10.259.000 dólares em ‘royalties’ e 504.00 dólares em ‘fees’ (licenças e concessões), relativas ao ano fiscal de 2023.
A Kenmare é uma das maiores produtoras mundiais de areias minerais, cotada nas bolsas de Londres e Dublin, sendo que a produção em Moçambique representa aproximadamente 7% das matérias-primas globais de titânio.
A empresa fornece clientes que operam em mais de 15 países e que usam os minerais pesados em tintas, plásticos e cerâmica.
Numa informação aos mercados em 2023, sobre o desempenho no primeiro semestre, a empresa anunciou o pagamento de um dividendo intermédio de 17,5 dólares por ação, aumentando 59% face ao mesmo período de 2022, no âmbito da política de pagamento de 50 milhões de dólares anuais em dividendos aos acionistas.
A Kenmare acrescentou também nessa informação que os lucros do primeiro semestre de 2023, de 67,8 milhões de dólares, representaram um aumento de 8% face a 2023.
A mineradora reconheceu na mesma altura que a produção de concentrados de minerais pesados (areias pesadas) na mina de Moma caiu 14% no primeiro semestre, para 633.900 toneladas, devido aos “graves impactos” da queda de um raio na área, enquanto o total de produto final caiu 10%, para 472.600 toneladas, e os carregamentos enviados subiram 31%, para 556.800 toneladas.
Segundo a empresa, a mina de Moma contém reservas de minerais pesados que incluem titânio, ilmenite e rútilo, que são utilizados como matérias-primas para produzir pigmento de dióxido de titânio, assim como o mineral de silicato de zircónio de valor relativamente elevado, o zircão.
A mineradora anunciou em abril de 2023 que prevê explorar um novo filão dentro de dois anos, dentro da sua concessão de Moma, sinalizando a longevidade e rentabilidade da mina.