Trazemos serviços de saúde de qualidade e ajustados à realidade

Volvidos 10 anos no mercado, o empreendimento que nasceu como Lin Limpezas cresceu, reestruturou-se e, há um ano, apresentou-se como Grupo Lin, com seis ramificações: Ambulâncias, Recolhas, Limpezas, Lavandaria, Serviços e Desinfecção. O Grupo apresenta agora o serviço de cuidados de saúde com o lançamento da clínica Lin Medcare. Ninguém melhor que o empresário e PCA do Grupo Lin, Lineu Candeeiro, para falar deste projecto 100% moçambicano.

O Grupo Lin iniciou recentemente com o segmento de cuidados de saúde, com a abertura do Lin Medcare. Qual é o conceito deste negócio?

O conceito deste negócio é trazer o melhor serviço de saúde para o cidadão. Sentimos que havia uma certa lacuna nestes serviços e que o cidadão não pode percorrer grandes quilómetros para ter um serviço de saúde adequado e com qualidade.

Houve uma necessidade de se criar um conceito a nível do grupo de ter clínicas em zonas mais próximas dos cidadãos. Portanto, a LIN MEDCARE surge como uma solução para a crescente demanda do público em termos de cuidados de saúde humanizados e com qualidade. Não faria outro negócio além da saúde.

Sendo Lin Medcare uma área que cuida directamente da saúde das pessoas, qual foi a aposta da empresa em termos de recursos humanos?

Somos um grupo moçambicano, e priorizamos, logicamente, profissionais nacionais. Tendo esgotado a possibilidade, procuramos fora do país profissionais que tenham a capacidade para responder àquilo que são as nossas necessidades.

Para este projecto, especificamente e a nível nacional, não conseguimos todos os profissionais que preenchiam os requisitos que procurávamos, por isso, tivemos que contactar também alguns profissionais estrangeiros residentes em Moçambique. Portanto, apostamos em quadros brasileiros, cubanos e sul-africanos.

No processo de recrutamento e selecção, contamos um técnico de recursos humanos a nível interno, mas também temos um contrato com uma empresa moçambicana da área de Recursos Humanos. Daí conseguirmos ter 71 trabalhadores nacionais contratados para este projecto.

Para este caso específico da clínica, optamos por profissionais com alguma experiência que já trabalham no ramo. Apostamos em equipas multidisciplinares, compostas por especialistas, médicos, enfermeiros e por pessoal técnico capacitado, com experiência comprovada.

O que é que os utentes da Lin Medcare podem esperar de diferente em relação às demais?

Saúde é uma área em que deve haver cooperação entre os vários intervenientes do sector, pois, em alguns casos, há necessidade de compartilhar equipamento e não só, não havendo por isso espaço para rivalidades, muito menos para concorrência.

Este serviço vai trazer um grande diferencial no mercado, primeiro no que concerne ao atendimento personalizado. Segundo porque os profissionais contratados são capacitados e sabem de facto o que estão a fazer, tendo em conta que a área de saúde é específica e muito sensível, e requer profissionais comprometidos com o trabalho. Temos directores para cada área e são profissionais com longa experiência.

O terceiro que é mais importante depois dos recursos humanos é que investimos em equipamentos de ponta, de tecnologia avançada, praticamente todos digitais. Temos uma máquina de ecografia 4D que é uma inovação no mercado, sendo a primeira do tipo a nível nacional, temos máquina de Rx digital, também uma inovação no mercado, temos uma sala de partos das mais modernas com camas electrónicas, que dão mais comodidade às parturientes, teremos o serviço de parto sem dor, contamos com um bloco operatório completamente equipado que conta com uma máquina específica que é de endoscopia, que nos vai permitir fazer as cirurgias com maior precisão sobre o local a operar. Portanto, a grande inovação que trazemos é a tecnologia. Por outro lado, iremos fazer o atendimento domiciliar que inclui a recolha de amostras para o laboratório.

A saúde não é só para quem tem dinheiro

Hoje em dia, o seguro de saúde constitui uma solução eficaz, que muitas empresas e instituições têm adoptado para os colaboradores e seus dependentes. Existe alguma parceria nesse sentido? Com que seguradoras trabalham?

Como Lin Medcare, o nosso conceito é trabalhar com seguros de saúde. Já temos várias parcerias, para não dizer todas, vamos trabalhar com todas as seguradoras que estiverem interessadas em firmar parceria com a clínica. Também vamos trabalhar com empresas, com as quais podemos fazer contratos directos, relativos a cuidados de saúde, sem envolver terceiros.

Antes da existência da clínica, o Grupo Lin já tinha um serviço ambulatório. Como irá funcionar este serviço com a existência da clínica?

A Lin Medcare e a Lin Ambulâncias fazem parte do mesmo grupo, mas são empresas distintas, com carácter e missões diferentes. A Lin Ambulâncias é mais específica para evacuações e a Lin Medcare terá de contratar serviços da Lin Ambulâncias para questões de evacuações, porque na clínica, a nossa tarefa não é fazer evacuações, mas sim prestarmos serviços de saúde. Portanto, são empresas autónomas.

Os serviços de evacuações irão continuar na mesma linha, isto é, no momento da evacuação, o paciente ou o seu familiar poderão determinar para onde este deve ser levado e não será necessariamente para a nossa clínica. Portanto, levamos o paciente para onde ele acha conveniente, obviamente que se não houver nenhuma preferência específica por parte do paciente, vamos evacuar para a nossa clínica porque temos lá também um serviço especializado em emergências médicas.   

O serviço de ambulâncias tem vindo a funcionar e penso que o vosso parque automóvel aumentou. Como tem evoluído esse serviço?

Temos tido muitas solicitações de evacuações, principalmente no período nocturno, e a tendência é aumentar o nosso parque automóvel porque quanto mais evacuações, mais necessidades de automóveis temos, tendo em conta que Maputo não engloba só a zona urbana e que existem também zonas suburbanas que necessitam destes serviços.

Tivemos que apetrechar recentemente as nossas ambulâncias, de modo a responder a essas necessidades. Mas também temos alguns clientes fixos que usam as nossas ambulâncias. Portanto, muitas vezes, não as temos no parque aguardando por casos de emergência porque estão com clientes.

Em entrevista à revista Negócios, há exactamente um ano, teria dito que o Grupo Lin tinha como perspectiva expandir os seus serviços para a Beira e Cabo Delgado. O que já foi feito nesse sentido? O Plano de expansão inclui igualmente a clínica?

Nós como Grupo Lin estamos praticamente em todo o país. Há um ano, tínhamos como ambição chegar a esses dois pontos e, felizmente, já alcançamos esse objectivo e conseguimos estar em todo o país, concretamente em 12 distritos. Para os próximos anos, no que diz respeito ao serviço ambulatório e serviços de saúde, neste caso a clínica, a perspectiva é instalarmos em Cabo Delgado, Beira e Nampula. Esta é a prioridade para este ano.

O Grupo Lin tem vindo a investir imenso neste segmento de mercado. Qual tem sido o esforço financeiro e estará também previsto o surgimento de um hospital?

O esforço financeiro é sempre grande e muito difícil, tendo em conta que em Moçambique há dificuldades de acesso ao crédito. É difícil ter os pagamentos a tempo, entre outros entraves. Portanto, há-que haver um esforço redobrado a nível do Grupo por forma a fazer os investimentos.

Mas temos planos futuros, a médio prazo, de abrir um mega-hospital no país. Numa primeira fase, o conceito é abrir várias clínicas em diversas zonas a nível do país e o plano subsequente é abrir um mega-hospital para responder à demanda dessas pequenas clínicas para situações mais emergenciais.    

Relativamente aos preços a serem aplicados, conjugamos a nossa estratégia de preços, ajustada à realidade nacional, possibilitando uma inclusão aos diferentes segmentos sociais, integrada a oferta estruturada de serviços.

Quem vê a qualidade dos serviços e todo o apetrecho em termos de equipamentos e tecnologias de ponta que investimos, tende a pensar que os preços são extremamente elevados. Mas, trazemos aqui um conceito diferente, de que a saúde não é só para quem tem dinheiro, mas que qualquer cidadão tenha acesso aos serviços de saúde a um preço razoável. Portanto, olhamos para a zona em que estamos inseridos, que é de classe média, e dissemos: porque não levarmos um serviço de qualidade para essa classe e esperarmos o retorno do investimento não a curto, mas a longo prazo?