O Banco de Moçambique reduziu novamente a taxa de juro de referência, desta vez de 10,25% para 9,75%, colocando-a abaixo dos dois dígitos. Segundo o Governador Rogério Zandamela, esta medida visa estimular o crédito à economia, com impactos já visíveis no aumento do financiamento às empresas, às famílias e ao Estado.
Zandamela defende que os bancos comerciais estão efectivamente a repercutir esta redução nas suas taxas prime, apesar do ambiente macroeconómico desafiante. Sublinhou ainda que o crédito à economia tem crescido de forma constante, o que indica confiança no sistema financeiro nacional.
Contudo, algumas empresas criticam o facto de não sentirem reduções nas taxas finais dos empréstimos. O Governador justifica que isso se deve ao perfil de risco específico de cada cliente, agravado, em certos casos, pelas recentes manifestações e instabilidade pós-eleitoral, que levaram à falência de algumas empresas.
A escassez de divisas também voltou à agenda, com rumores de um aumento da actividade no mercado cambial informal. O Banco de Moçambique garante, no entanto, que a maioria das transacções continua a ocorrer no mercado oficial e que o paralelo é volátil e pouco representativo do sistema financeiro formal.
Sobre a dívida pública, Zandamela reconheceu a necessidade de contenção, mas esclareceu que cabe ao Governo e aos credores determinar os limites de financiamento. Acrescentou que a sustentabilidade da dívida exige medidas fiscais e estruturais adequadas, mas não é competência directa do Banco Central resolver os atrasos no pagamento de bilhetes do Tesouro.
