O Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME) lançou esta quinta-feira o primeiro projecto de leilão de energias renováveis referente a central solar de 30 MW, a ser implantada no distrito de Dondo, província de Sofala, zona centro de Moçambique.
O leilão para Dondo segue-se ao anúncio feito esta quarta-feira pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, por ocasião do lançamento público do Programa de Leilões de Energia Renováveis (PROLER), uma iniciativa do Governo que tem como objectivos, entre outros, expandir o acesso à energia e promover competitividade na atribuição de licenças para novos projectos de geração de energias renováveis.
No âmbito do PROLER, o Governo irá promover a construção de mais duas centrais solares, localizadas na cidade de Lichinga, província de Niassa e Manje na província de Tete, nas regiões Norte e Centro do país, e uma central eólica de 40 MW, na província de Inhambane. O investimento agregado estimado para os quatro projectos é de 200 milhões de Euros.
Com efeito, serão lançados concursos individuais para cada um dos quatro projectos, num cronograma estabelecido e os investidores serão seleccionados tendo em conta o cumprimento de requisitos técnicos especificados e, sobretudo, a capacidade de apresentarem tarifas mais atractivas, com benefícios para os consumidores.
A futura central solar de Dondo, avaliada em cerca de 387 milhões de dólares americanos, deverá entrar em operação em finais de 2022 e, durante a fase de construção, vai gerar 400 postos de trabalho, na maioria moçambicanos.
O desenvolvimento de leilões conta, por um lado, com uma contribuição financeira da União Europeia na ordem de 37 milhões de Euros, montante que servirá para reduzir os custos associados a estruturação dos projectos que incluem a preparação dos estudos de viabilidade e o financiamento de ligação à rede, e por outro, com um pacote de garantias da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).
“Este modelo de leilões representa um novo paradigma na criação de um processo de atribuição de licenças para o desenvolvimento de novas infraestruturas de geração de energias renováveis, priorizando-se projetos com menores custos e que apresentam melhores garantias de execução”, diz o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela.
O investimento em soluções de energias novas renováveis é uma resposta à crescente demanda de energia eléctrica no país, cujas projecções apontam para um crescimento a uma média anual de cerca 8 por cento nos próximos 25 anos.
