A Madendinha faz as contas do seu salário e sua poupança mensal a dedo, tudo que entra e sai dos seus rendimentos é minuciosamente registado, religiosamente controlado, e mentalmente contabilizado, porque ela tem uma meta clara, ter seu primeiro milhão em conta líquida dentro dos próximos 26 meses. Pega no seu smartphone e vamos às contas, contas sem juros simples e muito menos juros compostos, simples operação de adição e multiplicação: Quem puder financeiramente e tiver vontade, e decidir religiosamente “guardar ou poupar” diariamente somente 155 meticais, ou seja, “guardar ou poupar” 4.650,00 por mês (quase um salário mínimo para a realidade Moçambicana), depois de 18 anos este poupador irá guardar ou poupar cerca de 1.004.400,00 meticais (falar de milhões parece que sempre assusta…). Ora, naturalmente várias questões podem já estar a rolar activamente na sua mente: Porque guardar ou poupar este valor? Quais os custos de oportunidade enfrentados? Depois de 18 anos obviamente teremos alguma ou senão significativa desvalorização do metical? Por que guardar ou pouparia em 18 anos e não 10 ou 25 anos? Como e onde guardaria ou pouparia este valor? Como enfrentar as inúmeras tentações e despesas inesperadas que podem facilmente roer a poupança? Mas quais as probabilidades de viver mais 10, 18 ou 25 anos? Estas questões sobre dinheiro no presente e futuro são intermináveis, o cérebro humano trabalha na densifica, com foco para a sobrevivência presente.
Para estas e outras questões sobre poupança as repostas são puramente individuais, mas podemos usar as experiências, conhecimentos, ideias e opiniões de outros, de especialistas e não só, para nos ajudar a definir e construir o nosso plano individual, um plano de poupança ajustado à nossa realidade – num verdadeiro exercício de educação financeira. Os autores Sendhil Mullainathan e Elder Shafir, no seu livro best seller ”Escassez, uma nova forma de pensar a falta de recursos na vida das pessoas e das organizações” (2016), descrevem como a pobreza limita a nossa visão do futuro e a concentra como um túnel ao momento presente: A pobreza per si limita a nossa capacidade e vontade de planificação, e consequentemente a de poupança, uma armadilha que o pobre deve se livrar com mais educação financeira.
A Educação financeira deve ser vista com um instrumento que usamos para nos ajudar a tomar as melhores decisões no uso e na utilização dos nossos recursos económicos e financeiros – desde a água ao dinheiro moeda, passando pelo tempo, informação, ao conhecimento que possuímos. Ela pode nos ajudar a (1) ganhar mais, (2) gastar menos e a (3) guardar mais recursos, sendo esta a terceira dimensão, a mais conhecida por poupança, a que geralmente é usada como o conteúdo básico e primário da educação financeira. Na matéria económica, a poupança é um conceito amplo que se refere a toda receita não destinada ao consumo imediato. Quando falamos de poupança na perspectiva pessoal ou familiar, falamos de um acto voluntário de não consumo presente de um recurso existente, uma decisão de utilização no futuro de um recurso presente, isto é: temos necessidades no presente, recursos no presente, mas por objectivos claros adiamos ou desistimos do consumo deste recurso no presente e guardamo-lo para ser consumido num futuro de curto, médio ou longo prazo. A deliberação de poupança não deve comprometer a qualidade de vida do presente, deve haver um equilíbrio entre o que se poupa e a qualidade de vida esperada no futuro. A Madendinha, a caminho do seu milhão com poupança, mantém uma qualidade de vida minimalista, sem luxos, mas extremamente confortável, feliz, equilibrada e saudável.
Talvez você esteja questionar-se, como saber o ponto de equilíbrio ideal – poupança versus a qualidade de vida no presente e no futuro? Não existe uma resposta mágica para esta questão, mas a experiência do poupar voluntário nos ensinará que podemos reduzir o consumo hoje sem prejudicar a nossa saúde, longevidade e muito menos a nossa felicidade presente. Quase sempre quando se fala da poupança faz-se referência a valores monetários (dinheiro) por ser um recurso de maior liquidez, maior capacidade de troca numa sociedade cada vez mais monetizada, valendo o dinheiro por si mesmo. Mas a poupança não se limita a poupança financeira, temos a poupança de vários outros bens: comida, combustíveis, água, luz, vestuário, crédito, salão, make-up, internet, entre outros. Quantos conseguem gastar facilmente mais do que 4.650,00 por mês em bens e serviços desnecessários?
Nas explicações anteriores, o termo voluntário vem destacado para se realçar que a poupança de deve ser uma decisão pessoal, livre e sem pressão ou obrigação de terceiros ou das circunstâncias, porque só assim é que este acto de poupar se enraizará com um ganho educativo e não de mera formalidade social. Por isso poupar é muito mais que simplesmente guardar, poupar incluir o saber guardar mas com uma meta clara a que este recurso será aplicado ou usado, bem como a forma que este recurso será conservado e protegido o seu valor no tempo. Novo ano chegou, e obviamente novas metas surgem ou as velhas são actualizadas! Mas Como Poupar mais até atingir os milhões, concretamente os 1.004.400,00 meticais desejados no futuro? Podes atingir em dois a três anos como a Madendinha ou em 18 ou 25 anos com outros anónimos poupadores.
A poupança deve ser um hábito individual, onde podemos sim copiar a lógica, a forma, os mecanismos, mas não podemos copiar a quantidade a se poupar, porque tudo depende da sua vontade e capacidade financeira, que resulta da relação entre os rendimentos e despesas normais. O presente nos exerce um peso mais forte que o futuro, poupar é um hábito extremamente difícil de se enraizar, pior numa sociedade cada vez mais consumista e exibicionista. Mas mesmo assim valerá o esforço diário de poupança e planificação do futuro:
- Saber dizer não – nós vivemos numa sociedade cada vez mais competitiva, o que aumenta as nossas necessidades de forma perceptiva quer de forma prática, conduzindo a um pressão de termos cada vez mais recursos para satisfazer as necessidade ilimitadas, mas é aqui em que o saber dizer não para as diversas tentações é fundamental para melhor gestão dos nossos recursos e maior capacidade de poupança. Saber dizer não sem aumentar o nosso nível de infelicidade e insatisfação é uma arte, algo que se melhora com a prática.
- Consumir menos – mais de um terço da comida produzida no mundo inteiro vai para o lixo, sem beneficiar o organismo humano. Na mesma dimensão, cerca de um terço do nosso tempo diário vai para o lixo, sem que possamos usar da melhor forma possível em prol da nossa qualidade de vida. Vivemos num mundo corrido, de agendas e meeting várias vezes improdutivos, tempo e esforço intelectual gastos em redes sociais que nos passa totalmente desperdiçados, mesmo tempo que poderíamos usar para aumentar os nossos conhecimentos de poupança e investimento lendo artigos e livros da matéria. O minimalista, isto é, a opção voluntária de consumir e viver com menos (tempo, dinheiro, comida, vestuários, etc.) deve ser um hábito de vida, porque a felicidade nada tem a ver o consumir muito e mais, mas sim como gerimos e controlamos as nossas expectativas face a uma exigente realidade.
- Diversificar a Poupança – como frisamos nos primeiros paragrafas, a poupança é um hábito voluntário e individual, ela garante a capacidade do poupador com despesas futuras, reduzindo os impactos de despesas inesperadas e aumentando o leque de opções para investimentos. E neste contexto, a poupança pode ser menos ou mais líquida, dependendo dos objectivos da tal poupança. E relacionarmos a liquidez da poupança como o horizonte temporal (curto, médio e longo prazos), podemos considerar existência e uma relação inversa: Mais tempo será menos líquido a poupança, mas mais seguro e estável. A poupança de curto prazo deve ser mais líquida que a do médio e longo prazo, a de médio prazo é mais líquida que a de longo prazo e menos que a de curto prazo, e por fim, a de longo prazo é menos líquida que a de curto e médio prazos. A diversificação da poupança está no pressuposto de existência de objectivos diferentes no horizonte temporal e a necessidade cada mais crescente de manter o activo poupada mais estável e seguro.
Se nos focarmos ao rendimento médio mensal e simultaneamente a ausência da vontade líquida de poupança, para muitas famílias poupar mensalmente 4.650,00 meticais é um exercício difícil, quase que impossível, mas praticamente possível. E no sentido inverso, temos hoje o crescimento de uma classe económica com a capacidade financeira de retirar os cinco mil meticais mês sem afectar a sua qualidade de vida, mas para este grupo falta-lhes a vontade e o empurrão motivacional para engrenarem na poupança religiosa. Se considerarmos que em 18 anos o valor da moeda, o metical tenderá a cair, tenta fazer a mesma poupança em dólares norte americanos, guarde USD 72 ao mês, que tal uma notinha de USD 100? Ou pode poupar em ouro ou outro activo de valor potencialmente crescente – não vou falar de comprar “terreno” porque a lei actualmente em Moçambique proíbe a compra e venda de terra.
Mas quem puder menos poupe menos, quem puder mais poupe mais, o mais importante é desenv
A Madendinha faz as contas do seu salário e sua poupança mensal a dedo, tudo que entra e sai dos seus rendimentos é minuciosamente registado, religiosamente controlado, e mentalmente contabilizado, porque ela tem uma meta clara, ter seu primeiro milhão em conta líquida dentro dos próximos 26 meses. Pega no seu smartphone e vamos às contas, contas sem juros simples e muito menos juros compostos, simples operação de adição e multiplicação: Quem puder financeiramente e tiver vontade, e decidir religiosamente “guardar ou poupar” diariamente somente 155 meticais, ou seja, “guardar ou poupar” 4.650,00 por mês (quase um salário mínimo para a realidade Moçambicana), depois de 18 anos este poupador irá guardar ou poupar cerca de 1.004.400,00 meticais (falar de milhões parece que sempre assusta…). Ora, naturalmente várias questões podem já estar a rolar activamente na sua mente: Porque guardar ou poupar este valor? Quais os custos de oportunidade enfrentados? Depois de 18 anos obviamente teremos alguma ou senão significativa desvalorização do metical? Por que guardar ou pouparia em 18 anos e não 10 ou 25 anos? Como e onde guardaria ou pouparia este valor? Como enfrentar as inúmeras tentações e despesas inesperadas que podem facilmente roer a poupança? Mas quais as probabilidades de viver mais 10, 18 ou 25 anos? Estas questões sobre dinheiro no presente e futuro são intermináveis, o cérebro humano trabalha na densifica, com foco para a sobrevivência presente.
Para estas e outras questões sobre poupança as repostas são puramente individuais, mas podemos usar as experiências, conhecimentos, ideias e opiniões de outros, de especialistas e não só, para nos ajudar a definir e construir o nosso plano individual, um plano de poupança ajustado à nossa realidade – num verdadeiro exercício de educação financeira. Os autores Sendhil Mullainathan e Elder Shafir, no seu livro best seller ”Escassez, uma nova forma de pensar a falta de recursos na vida das pessoas e das organizações” (2016), descrevem como a pobreza limita a nossa visão do futuro e a concentra como um túnel ao momento presente: A pobreza per si limita a nossa capacidade e vontade de planificação, e consequentemente a de poupança, uma armadilha que o pobre deve se livrar com mais educação financeira.
A Educação financeira deve ser vista com um instrumento que usamos para nos ajudar a tomar as melhores decisões no uso e na utilização dos nossos recursos económicos e financeiros – desde a água ao dinheiro moeda, passando pelo tempo, informação, ao conhecimento que possuímos. Ela pode nos ajudar a (1) ganhar mais, (2) gastar menos e a (3) guardar mais recursos, sendo esta a terceira dimensão, a mais conhecida por poupança, a que geralmente é usada como o conteúdo básico e primário da educação financeira. Na matéria económica, a poupança é um conceito amplo que se refere a toda receita não destinada ao consumo imediato. Quando falamos de poupança na perspectiva pessoal ou familiar, falamos de um acto voluntário de não consumo presente de um recurso existente, uma decisão de utilização no futuro de um recurso presente, isto é: temos necessidades no presente, recursos no presente, mas por objectivos claros adiamos ou desistimos do consumo deste recurso no presente e guardamo-lo para ser consumido num futuro de curto, médio ou longo prazo. A deliberação de poupança não deve comprometer a qualidade de vida do presente, deve haver um equilíbrio entre o que se poupa e a qualidade de vida esperada no futuro. A Madendinha, a caminho do seu milhão com poupança, mantém uma qualidade de vida minimalista, sem luxos, mas extremamente confortável, feliz, equilibrada e saudável.
Talvez você esteja questionar-se, como saber o ponto de equilíbrio ideal – poupança versus a qualidade de vida no presente e no futuro? Não existe uma resposta mágica para esta questão, mas a experiência do poupar voluntário nos ensinará que podemos reduzir o consumo hoje sem prejudicar a nossa saúde, longevidade e muito menos a nossa felicidade presente. Quase sempre quando se fala da poupança faz-se referência a valores monetários (dinheiro) por ser um recurso de maior liquidez, maior capacidade de troca numa sociedade cada vez mais monetizada, valendo o dinheiro por si mesmo. Mas a poupança não se limita a poupança financeira, temos a poupança de vários outros bens: comida, combustíveis, água, luz, vestuário, crédito, salão, make-up, internet, entre outros. Quantos conseguem gastar facilmente mais do que 4.650,00 por mês em bens e serviços desnecessários?
Nas explicações anteriores, o termo voluntário vem destacado para se realçar que a poupança de deve ser uma decisão pessoal, livre e sem pressão ou obrigação de terceiros ou das circunstâncias, porque só assim é que este acto de poupar se enraizará com um ganho educativo e não de mera formalidade social. Por isso poupar é muito mais que simplesmente guardar, poupar incluir o saber guardar mas com uma meta clara a que este recurso será aplicado ou usado, bem como a forma que este recurso será conservado e protegido o seu valor no tempo. Novo ano chegou, e obviamente novas metas surgem ou as velhas são actualizadas! Mas Como Poupar mais até atingir os milhões, concretamente os 1.004.400,00 meticais desejados no futuro? Podes atingir em dois a três anos como a Madendinha ou em 18 ou 25 anos com outros anónimos poupadores.
A poupança deve ser um hábito individual, onde podemos sim copiar a lógica, a forma, os mecanismos, mas não podemos copiar a quantidade a se poupar, porque tudo depende da sua vontade e capacidade financeira, que resulta da relação entre os rendimentos e despesas normais. O presente nos exerce um peso mais forte que o futuro, poupar é um hábito extremamente difícil de se enraizar, pior numa sociedade cada vez mais consumista e exibicionista. Mas mesmo assim valerá o esforço diário de poupança e planificação do futuro:
- Saber dizer não – nós vivemos numa sociedade cada vez mais competitiva, o que aumenta as nossas necessidades de forma perceptiva quer de forma prática, conduzindo a um pressão de termos cada vez mais recursos para satisfazer as necessidade ilimitadas, mas é aqui em que o saber dizer não para as diversas tentações é fundamental para melhor gestão dos nossos recursos e maior capacidade de poupança. Saber dizer não sem aumentar o nosso nível de infelicidade e insatisfação é uma arte, algo que se melhora com a prática.
- Consumir menos – mais de um terço da comida produzida no mundo inteiro vai para o lixo, sem beneficiar o organismo humano. Na mesma dimensão, cerca de um terço do nosso tempo diário vai para o lixo, sem que possamos usar da melhor forma possível em prol da nossa qualidade de vida. Vivemos num mundo corrido, de agendas e meeting várias vezes improdutivos, tempo e esforço intelectual gastos em redes sociais que nos passa totalmente desperdiçados, mesmo tempo que poderíamos usar para aumentar os nossos conhecimentos de poupança e investimento lendo artigos e livros da matéria. O minimalismo, isto é, a opção voluntária de consumir e viver com menos (tempo, dinheiro, comida, vestuários, etc.) deve ser um hábito de vida, porque a felicidade nada tem a ver o consumir muito e mais, mas sim como gerimos e controlamos as nossas expectativas face a uma exigente realidade.
- Diversificar a Poupança – como frisamos nos primeiros paragrafas, a poupança é um hábito voluntário e individual, ela garante a capacidade do poupador com despesas futuras, reduzindo os impactos de despesas inesperadas e aumentando o leque de opções para investimentos. E neste contexto, a poupança pode ser menos ou mais líquida, dependendo dos objectivos da tal poupança. E relacionarmos a liquidez da poupança como o horizonte temporal (curto, médio e longo prazos), podemos considerar existência e uma relação inversa: Mais tempo será menos líquido a poupança, mas mais seguro e estável. A poupança de curto prazo deve ser mais líquida que a do médio e longo prazo, a de médio prazo é mais líquida que a de longo prazo e menos que a de curto prazo, e por fim, a de longo prazo é menos líquida que a de curto e médio prazos. A diversificação da poupança está no pressuposto de existência de objectivos diferentes no horizonte temporal e a necessidade cada mais crescente de manter o activo poupada mais estável e seguro.
Se nos focarmos ao rendimento médio mensal e simultaneamente a ausência da vontade líquida de poupança, para muitas famílias poupar mensalmente 4.650,00 meticais é um exercício difícil, quase que impossível, mas praticamente possível. E no sentido inverso, temos hoje o crescimento de uma classe económica com a capacidade financeira de retirar os cinco mil meticais mês sem afectar a sua qualidade de vida, mas para este grupo falta-lhes a vontade e o empurrão motivacional para engrenarem na poupança religiosa. Se considerarmos que em 18 anos o valor da moeda, o metical tenderá a cair, tenta fazer a mesma poupança em dólares norte americanos, guarde USD 72 ao mês, que tal uma notinha de USD 100? Ou pode poupar em ouro ou outro activo de valor potencialmente crescente – não vou falar de comprar “terreno” porque a lei actualmente em Moçambique proíbe a compra e venda de terra.