Rogério Zandamela diz que política restritiva aliviou inflação

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O governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, afirmou esta quarta-feira, que a actual desaceleração na inflação resultou da “postura restritiva da política monetária” adoptada nos últimos meses pelo banco central.

Rogério Zandamela, que falava na abertura do 48º conselho consultivo do Banco Central, que se realiza na cidade de Inhambane, província com o mesmo nome, ressalvou que a inflação subjacente, que não tem em conta preços da energia ou dos alimentos não transformados, até “aumentou nos últimos três meses, mas apesar de não se situar em níveis alarmantes, estamos a acompanhar atentamente a sua evolução”.

Ainda no seu discurso de abertura, Zandamela sinalizou que a inflação anual até “tem vindo a desacelerar” desde o início do ano, tendo-se fixado em 4,6% em Setembro, “após ter atingido o pico de 12,9% em Agosto de 2022”: “Esta trajectória de desaceleração reflecte, essencialmente, o efeito combinado da estabilidade cambial e da postura restritiva da política monetária bem como da queda dos preços dos alimentos e combustíveis no mercado internacional”.

O governador acrescentou que nas transacções com o exterior, Moçambique registou “uma melhoria do défice da conta corrente em 78,3%” nos primeiros seis meses de 2023, “favorecido pela redução das importações dos grandes projectos”.

“O país apresenta um nível de reservas internacionais brutas suficientes para cobrir cerca de quatro meses de importações de bens e serviços, excluindo as importações dos grandes projectos”, afirmou.

A nível interno, o governador do Banco de Moçambique reconheceu “a forte pressão sobre a despesa pública” do país, “num contexto de fraca arrecadação de receitas e de limitadas fontes de financiamento externo”, o que “está a contribuir para o aumento do risco fiscal e do endividamento interno”.  

“O aumento da despesa decorre sobretudo da implementação da reforma salarial e dos gastos relacionados ao ciclo eleitoral”, alertou.