O Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), Salim Valá, aconselhou o sector dos transportes e logística a apostar num financiamento mais barato e alternativo, como forma de expandir os seus negócios e alcançar outros mercados.
Intervindo recentemente em Maputo, no Fórum de Negócios promovido pela Câmara do Comércio de Moçambique em parceria com a Câmara Internacional da Indústria de Transporte (CIT), mais especificamente no painel sobre “Transporte versus Desenvolvimento Económico”, o responsável mostrou preocupação pelo facto de, das 13 empresas cotadas na BVM, nenhuma delas fazer parte do sector dos transportes e logística, afirmando que é crucial que seja feita uma correcção dessa situação.
“Vários estudos independentes e da própria BVM revelam que muitas empresas não usam o mercado de capitais para se financiar porque têm debilidades institucionais. Nós estamos disponíveis para trabalhar com as empresas do sector de modo que passem a usar alternativas de financiamento que são mais baratas, sobretudo para projectos que exigem volume de recursos elevados e numa perspectiva de médio e longo prazo”, disse.
De acordo com Salim Valá, trabalhar com a Bolsa não é um processo longo, moroso e oneroso. “Temos de desmistificar a visão de que a BVM é um bicho de sete cabeças, até porque o sector dos transportes e logística tem enorme potencial e tem estado a exibir um dinamismo assinalável”, frisou.
Segundo o PCA, as empresas que operam aquele sector podem aproveitar a janela de oportunidade existente no “Terceiro Mercado de Bolsa”, lançado em Novembro de 2019, que permite que as empresas possam cotar-se e, num período de dois a três anos, possam ter contas auditadas e proceder à dispersão accionista.
“A BVM pode financiar as empresas viáveis da área dos transportes e logística e, no processo de responder aos requisitos de admissão, as empresas reforçam a sua governação, gestão e ampliam a sua visibilidade e atractividade perante os investidores e o mercado”, concluiu.