As Pequenas e Médias Empresas (PME) dos países signatários da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), incluindo Moçambique, vão beneficiar de mais uma linha de financiamento para o desenvolver as suas capacidades de produção e reduzir o índice de importações do continente.
O financiamento resulta de um acordo entre o Secretariado Executivo da ZCLCA e o United Bank for Africa (UBA), assinado nesta segunda-feira à margem da 30.ᵃ Assembleia-geral do Banco de Africano de Exportações e Importações (Afreximbank), que decorre desde domingo em Gana.
O acordo foi assinado por Wamkele Mene, Secretário Executivo do ZCLCA, e o director-adjunto do grupo, United Bank for Africa (UBA), Muyiwa Akinyemi, para financiar as pequenas e médias empresas, particularmente em quatro sectores cruciais para desenvolver a indústria em África.
Trata-se dos sectores de agricultura e agro-processamento; automotivo; farmacêutico; e de transporte e logística, segundo disse à imprensa Wamkele Mene.
Disse tratar-se de um passo fundamental para alcançar nosso objectivo de criar um mercado único de 1,3 mil milhões de pessoas em toda a África e se alinha com o objectivo da União Africana em relação ao lema “Acelerar a Implementação da ZCLCA”.
Wamkele Mene referiu que a parceria financeira com o UBA é um compromisso estratégico para impulsionar o crescimento das PME em sectores-chave em toda a África.
“As PME desempenham um papel importante na economia de África – impulsionando a inovação, criando emprego e contribuindo para o crescimento do Produto Interno Bruto. Este acordo parceria permitirá que as PME aumentem sua capacidade, melhorem sua competitividade e contribuam significativamente para o cumprimento da ZCLCA”, acrescentou.
Por sua vez, o gestor do UBA, Muyiwa Akinyemi, esclareceu que a escolha desses sectores como prioritários a financiar deve se a conclusão de que se trata de áreas que podem concorrer para a redução das importações que a África faz por cada ano.
Apontou como exemplo o financiamento à agricultura e ao agro-processamento como a necessidade para reduzir o montante de mais de 500 mil milhões de dólares que a África gasta anualmente na importação de alimentos.
A ZCLCA foi criada em Março de 2018, em Ruanda, para, entre outros objectivos, criar um mercado único de mercadorias e serviços, facilitado pela circulação de pessoas a fim de aprofundar a integração económica do continente africano e de acordo com a Visão Pan-Africana de “uma África Pacífica, Próspera e Integrada” na Agenda 2063; bem como criar um mercado liberalizado de mercadorias e serviços, mediante sucessivas rondas de negociações.