O país registou, no primeiro trimestre deste ano, uma variação negativa de 66,1% das importações de bens, tendo totalizado 2,1 mil milhões de dólares contra os 4,6 mil milhões de dólares registados em igual período de 2022.
Os dados constam no boletim trimestral da Balança de Pagamentos (BoP), divulgado na última quarta-feira, pelo Banco de Moçambique (BM), a que o DE teve acesso. Segundo o documento, a redução das importações dos Grandes Projectos (GP) reflectiu-se, essencialmente, neste resultado em 94,8% face ao aumento da factura de importação do resto da economia em 28,9%.
Segundo o BM, em termos de categorias de bens, incluindo os GP, o destaque vai para os bens intermédios que custaram ao País 803,5 milhões de dólares, representando um peso de 38,8% sobre o total das importações.
“Contribuíram, principalmente, para o agravamento os gastos realizados com a aquisição de combustíveis incrementados em 54,8%, adubos e fertilizantes em mais de 100%, cimento e alcatrão e betume em 51,8% e 5,4%, respectivamente. Por seu turno, a energia eléctrica com 14,4%, o alumínio bruto com 11% e os materiais de construção com 11,5% pressionaram no sentido de queda”, explica o relatório do Banco de Moçambique citado pelo diário económico.
Os bens de consumo, por sua vez, com um peso de 24,6% sobre a factura total de importação, registaram um crescimento de 4,3%, alcançando os 509,1 milhões de dólares, com ênfase para os acréscimos na importação de trigo, automóveis, cerveja e outras bebidas alcoólicas e peixe congelado, que tiveram um peso de 50,8%, 14,5%, 19,8% e 6,6%, respectivamente.
O boletim do BM explica, igualmente, que os bens de capital, com uma contribuição de 17,9% sobre o total de importações, registaram um decréscimo de cerca de 92%, apresentando um fluxo trimestral de 370,4 milhões de dólares, justificado, essencialmente, pela redução na importação de maquinaria diversa em 92,3%, com destaque para os GP, que no primeiro trimestre de 2022 tiveram o registo da operação da plataforma flutuante da Coral Sul FLNG na área 4 da bacia do Rovuma.
A África do Sul foi o principal país de origem das importações moçambicanas, com um peso de 23,2% do total, e que corresponde a 481 milhões de dólares, seguida pela China, Emirados Árabes Unidos, Índia e Singapura, com 14,4%, 12,7%, 7,4%, e 5,9% do peso total dos gastos do País, respectivamente.