Gita, a “dama de ferro”
O nome dela é Angelina do Rosário Guita, mas ela prefere ser tratada por Gita. É natural da província de Inhambane, mas por inerência do emprego dos seus pais cresceu na província de Sofala, concretamente na cidade da Beira, para onde se mudou há 47 anos.
A nossa entrevistada é proprietária de quatro empresas, três na Beira e uma em Lichinga, nomeadamente dois restaurantes, uma pensão e uma discoteca, por sinal a mais frequentada na Beira, a famosa Mapiko.
Gita emprega 253 trabalhadores e, com muito orgulho, como ela bem o diz, é responsável pelo sustento de cerca de 2500 pessoas, tendo em conta uma estimativa média de 10 membros por cada família, tendo um fundo salarial de cerca de um milhão e oitocentos mil meticais mensais.
Em relação ao ambiente de negócios e a conjuntura político-económica para o ramo em que se encontra, Gita fala em dificuldades, as quais são superadas graças à diversidade dos seus negócios, pois enquanto uma área atravessa certa dificuldade outra pode sobreviver e apoiar a saúde financeira das restantes. Nisto, destaca a dedicação e motivação da sua vasta equipa de profi ssionais e a fidelização de clientes como factores que têm contribuído muito para o bom desempenho dos seus negócios.
Para o futuro, Gita prefere continuar a apostar no crescimento, inovação e consolidação dos negócios que já desenvolve, pois já reúne experiência sufi ciente e ultrapassou muitas dificuldades e momentos adversos, e acredita no crescimento da área turística e no desenvolvimento do país no geral.
Com alguma emoção, Gita realça a importância e o valor que o diálogo permanente e o envolvimento dos seus trabalhadores na vida das suas empresas têm proporcionado para a estabilidade dos seus negócios e recorda, com alguma tristeza, momentos de crise, em que os trabalhadores, num espírito de família, jogaram um papel fundamental para reerguer a sua motivação e continuar a lutar para o bem das empresas e de todos.
Além de negócios, a empresária que muitos consideram de “dama de ferro” da cidade da Beira é membro do Comité Provincial do partido Frelimo e reconhece o papel que a política tem tido no desempenho dos seus negócios.
No que tange à cidade da Beira, ela avalia negativamente o desempenho da actual governação autárquica. Para ela, a cidade degradou-se bastante. Defende que a limpeza da cidade e a qualidade das estradas são cruciais para o bom desempenho do negócio na área de hotelaria.
“É com muita tristeza que vejo a minha cidade assim, pois vivo aqui há quarenta e tal anos e nunca vi a Beira no estado em que se encontra actualmente e, infelizmente, não ajuda para os nossos negócios”, rematou Gita.