A Moçambicana Nélia Mazula ganhou prémios de reconhecimento de patentes da Sociedade de Mulheres Engenheiras (SWE, do ingles Society of Women Engineers), nos Estados Unidos de América (EUA).
Mazula, que vive em River Oaks, é uma inovadora, engenheira e estrategista de transformação digital baseada em Houston, Texas, Estados Unidos da América.
Este ano, a Sociedade de Mulheres Engenheiras, fundada em 1950 e considerada a maior defensora mundial e catalisadora da mudança para as mulheres em engenharia e tecnologia, anunciou que Mazula receberia cinco prémios de reconhecimento por suas patentes de software focadas em “realidade aumentada, visualização de grandes dados e inteligência artificial”.
No início, Nélia Mazula não estava ciente do significado das suas patentes. Mas agora pendura-as na parede, orgulhosa de suas realizações como mulher afro-americana no campo de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, (STEM dos ingles Science, Technology, Engeneering and Math).
“Estou honrada em representar Houston e receber este prémio”, disse Mazula. “Espero servir como um exemplo de como a mulher afro-americana está a contribuir positivamente para a transformação digital numa indústria estabelecida como a de petróleo e gás”, afirmou.
O Prémio de Reconhecimento de Patentes (Patent Recognition Awards) premeia os membros da SWE que receberam uma patente nos 10 anos anteriores. Mazula possui cinco patentes: Actualização em realidade aumentada de modelos CAD 3D; Reengenharia de varredura a laser de modelos CAD 3D; Mapeamento gráfico baseado em densidade; Pesquisa baseada em frequência incorporada e processamento de dados gráficos 3D; e Re-imagem de pesquisa 3D para 2D.
As patentes de Mazula ajudaram essencialmente a digitalizar a engenharia na indústria de petróleo e gás, explicou ela. “Se for ao Google Maps agora poderá ver uma cidade em 3D”, disse Mazula. “O que o petróleo e gás vêm tentando descobrir há muito tempo é, como fazemos isso com uma planta? Ou com um equipamento? É aí que entram as minhas patentes”.
As patentes de Mazula podem economizar dinheiro para as empresas de petróleo e gás, pois podem essencialmente permitir que os engenheiros visualizem as plataformas virtualmente, sem nunca ter que ir ao local. As patentes tornam-se ainda mais críticas devido à pandemia da Covid-19, pois trabalhar remotamente se torna o novo normal.
Mazula nasceu em Moçambique mas mudou-se para os EUA quando era jovem. Ela entrou no campo de STEM no ensino médio, quando um dos seus professores a recomendou para um acampamento numa universidade local, o que a levou a se formar em engenharia na faculdade.
Depois da faculdade, Mazula voltou para Moçambique e aderiu a um projecto de gás natural, sem saber nada sobre o sector. O projecto acabou apontando a sua carreira para a indústria de petróleo e gás depois dela ter se apercebido do bem que o projecto fez para o país.
“Basicamente, ele construiu a infra-estrutura. Colocamos todo (o sistema) de esgoto, toda a tubulação, reforçamos as estradas para que os camiões entrem e saiam”, disse Mazula. “Nunca pensei que algo que fiz pudesse ter tanto impacto e isso apenas me deu muito respeito pela indústria e pelo que ela faz em termos de transformação”.
Junto com muitas pessoas ao redor do mundo, Mazula acompanhou a indústria de petróleo e gás de volta a Houston, onde agora é engenheira de software (programas informáticos).