A Associação de Economistas Moçambicanos (AEM) defende o estabelecimento de uma linha de financiamento a custos bonificados para as empresas e o relaxamento dos direitos aduaneiros, face ao impacto da COVID-19 na economia nacional.
Economistas moçambicanos pedem medidas que produzam resultados consistentes face à COVID-19
Empresários e economistas dizem que o Governo deve fazer da atual crise uma oportunidade para adotar políticas e medidas económicas que possam produzir resultados consistentes, porque as actuais não estão direccionadas para os sectores produtivos.
Uma das medidas, bastante criticada por economistas, tem a ver com o aumento da taxa de referência em 0.4 porcento, anunciado recentemente pelo Banco de Moçambique (BM), como parte dos esforços para minimizar o impacto da pandemia na economia moçambicana.
Para Pedro Cossa, vice-presidente da AEM, “este aumento pode ter um impacto negativo sobre as famílias que têm créditos bancários e também sobre as empresas, tendo em conta que muitas delas também dependem do financiamento para poderem realizar as suas atividades”.
Cossa defendeu a necessidade do estabelecimento de uma linha de financiamento a custos bonificados para as empresas e de se pensar na possibilidade de relaxamento de direitos aduaneiros para a importação de matéria-prima para a produção de bens essenciais.
“Sem medidas ousadas, o impacto da COVID-19 “vai ser bastante gravoso para a economia”, realçou o economista Gilberto Ubisse, considerando ser fundamental que o Governo adote “políticas que possam produzir resultados consistentes porque as actuais não estão direccionadas para os setores produtivos, sobretudo os ligados à agro-indústria”.