O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique (BM) decidiu sexta-feira, 22 de Setembro, manter a taxa de juro de política monetária, designada por MIMO, em 17,25%.
Segundo anunciou a instituição, em comunicado, “esta decisão é sustentada pelo agravamento dos riscos e incertezas associados às projecções da inflação, não obstante as perspectivas da sua manutenção em um dígito no médio prazo”.
Em Agosto, refere o documento, a inflação anual baixou para 4,9%, depois dos 5,7% em Julho, redução explicada, principalmente, pela queda dos preços de bens alimentares, favorecida pelo prolongamento da época fresca, num contexto de estabilidade do metical.
“A inflação subjacente registou um aumento, a traduzir, fundamentalmente, o incremento dos preços nas classes de restauração e de vestuário e calçado”, lê-se no comunicado.
Entretanto, o banco central reconheceu que os “riscos e incertezas” subjacentes às projecções da inflação se agravaram.
“A nível interno, prevê-se a prevalência da pressão sobre a despesa pública e das incertezas quanto à evolução e aos efeitos de eventos climáticos extremos. Na envolvente externa, destacam-se as incertezas quanto à magnitude do impacto do prolongamento e escalada do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, bem como a tendência recente para aumento dos preços dos combustíveis”, observou o BM.
O regulador indicou ainda que o endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 321,1 mil milhões de meticais, o que representa um aumento de 46 mil milhões comparado com Dezembro de 2022.
“O CPMO continuará a monitorar a evolução dos riscos e incertezas associados às projecções da inflação, e não hesitará em tomar as medidas correctivas necessárias”, conclui o CPMO, que se reúne novamente em 22 de Novembro.