Aprovada a alteração acionista do projecto de gás liderado pela Total

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O Governo moçambicano aprovou ontem um decreto que formaliza a entrada da petrolífera francesa Total para a liderança do projecto de gás natural na área 1, um projecto concluído em Setembro de 2019.

“A alteração vai permitir a inclusão da Total na estrutura do financiamento do projecto”, disse Filimão Suaze, porta-voz do Conselho de Ministros, Após a secção do órgão em Maputo.

A Total passou a liderar o consórcio da área 1 ao comprar quota de 26,5% que pertencia a Occidental, uma petrolífera norte americana que no último ano adquiriu a Anadarko, empresa que arrancou com o projecto moçambicano e que o liderava.

Na área 1, a Total lidera o consórcio de que fazem parte a Japonesa Mitsui (20%), a Petrolífera estatal moçambicana ENH (15%) e as indianas ONGC Videsh (10%) e a sua participada Beas (10%), a Bharat Petro Resorces (10%) e a tailandesa PTTEP (8,5%).

Na Conferência de imprensa, após a Reunião do Conselho de Ministros, Max Tonela, Ministro dos Recursos Minerais e Energia, disse que os trabalhos em Cabo Delgado decorrem conforme o programado e o progresso é satisfatório.

“Com a entrada da Total foi feito um exercício de optimização do financiamento, que permitiu uma redução de custos em termos de juros na ordem de 1.100 milhões de dólares durante a fase de construção, e 700 milhões de dólares durante a fase de operação, o que vai permitir que todas as partes ganhem”, referiu.

No que toca ao Estado moçambicano, “irá receber um incremento de 1000 milhões de dólares”, declarou.

A Total deverá assinar em Junho acordos de financiamento com 20 bancos, no valor de 15 milhões de dólares, devendo retomar em pleno a construção da zona industrial de processamento de gás, após uma redução para serviços mínimos devido a descoberta de casos de infecção pela covid-19 em Afungi.

Segundo Max Tonela, são casos recuperáveis que não colocam em causa o programa global.