Apesar da crise o nosso desempenho é positivo
O desempenho tanto do serviço de manuseamento e transporte de cargas como o transporte de passageiros é positivo. Assim considera o Presidente do Conselho de Administração do CFM, Eng. Miguel José Matabel, falando, em exclusivo à Revista Negócios. Para o PCA, a empresa tem sabido enfrentar a crise mundial o que se prova pelos resultados positivos que se tem revelado.
Faça uma breve avaliação sobre o ponto de situação dos serviços de manuseamento e transporte de cargas e de passageiros dando algum destaque a cabotagem e transporte de passageiros urbanos.
De maneira geral, tanto o serviço de manuseamento de cargas, como transporte de cargas e passageiros o desempenho é positivo, a avaliar pelos números que temos estado a compilar. Só para citar exemplos concrectos, no Sistema Ferroviário Sul transportamos, actualmente, cerca de 17 mil passageiros por dia e, no Sistema Ferroviário Centro, transportamos diariamente 5800 passageiros, facto que nos congratula bastante pois sentimos que contribuímos de melhor forma possível na missão do governo de prover transporte aos cidadãos.
Uma breve descrição dos projectos em curso nomeadamente a reabilitação, inovação e construção de novas infra-estruturas estratégicas.
A nossa visão é impormo-nos como uma empresa viável, extremamente competitiva e com melhor opção logística, servindo de alavanca para o desenvolvimento socioeconómico do país e da região Austral de África, pois possuímos vantagens comparativas irrefutáveis.
Para isso, garantimos que temos uma estrutura empresarial financeiramente estável e sustentável para nos envolvermos em grandes projectos de investimentos no País, tendo em vista a dar resposta às exigências do mercado. Aliás, estamos directa e/ou indirectamente envolvidos na execução de projectos de médio e longo prazos, para além de estarmos a investir em acções de curto prazo que tem por objectivo aumentar a nossa capacidade de intervenção no domínio de transporte e logística.
Para citar alguns exemplos: Na região Sul, construímos a ponte ferroviária na Linha de Goba, em Boane, que vai dar à fronteira com Swazilândia, uma infra-estrutura que suportará 27 toneladas por eixo, contra as anteriores 18.5 toneladas, facto que irá permitir a circulação de Locomotivas com maior capacidade.
Ainda nesta região, executámos a renovação e melhoramento das principais obras de arte no Corredor de Maputo para além do aumento da capacidade da Linha de Ressano Garcia, num projecto integrado produzido em colaboração com o MPDC.
No Centro, para além do projecto de aumento da capacidade da Linha de Sena, que passaram das 6,5 milhões de toneladas por ano, para 20 milhões de toneladas, numa parceria com Vale, estivemos envolvidos, como sabe, no projecto de construção e reabilitação da linha férrea entre Moatize e Nacala-a-Velha, numa extensão de 912 Km. Esta linha permite o escoamento de 18 milhões de toneladas de carvão por ano para além de 4 milhões de toneladas por ano de carga geral.
Na região Norte, no Corredor de Nacala, temos a reabilitação e modernização do respectivo Porto, o que permitirá dotar o mesmo de maior capacidade de manuseamento de carga geral. Ainda no Norte do País, estamos em parceria com a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos- ENH no projecto do desenvolvimento do novo Porto de Palma que poderá ter uma capacidade de 50 milhões de toneladas por ano, e da nova base logística em Pemba, para as operações de Hidrocarbonetos.
Recentemente, já a nível de material rolante, rubricámos a compra de mais 5 Locomotivas, bem como a aquisição de 90 vagões para reforçar a capacidade de tracção das nossas operações. O que tem a dizer sobre o impacto da crise económica mundial dos últimos dois anos nos negócios da empresa, destacando a área em que revelou-se com gravidade? A crise mundial, como muito bem diz, afectou a todos. E nós CFM não somos uma ilha.
Mas, com muito sacrifício, devo dizer que tentamos conseguir enfrentar e os nossos resultados se revelaram positivos. Só para citar, em 2016 alcançámos um resultado líquido positivo, antes dos impostos, 2,29 mil milhões de Meticais, representando um crescimento na ordem de 21%, em relação ao ano de 2015.
Até ao final do presente ano de 2017, os resultados operacionais situar-se-ão em 3.5 mil milhões de, o correspondente a um crescimento de 11% em relação a igual período do ano passado. Portanto, são resultados que se verificam graças a nossa postura face aos desafios em que nos encontramos mergulhamos no mundo. Que visão estratégica tem orientado para a evolução do negócio nos portos de Maputo e Beira tendo em conta o risco de aparecimento de investimentos em novos portos alternativos na RSA.
Temos feito muita coisa. Só para citar o último exemplo, assinámos recentemente um acordo com a nossa congénere Zimbabweana, NRZ, e a empresa de exploração mineira também do Zimbabwe, a ZIMASCO, um Acordo de Prestação de Serviços “Service Level Agreement”, visando o transporte de grandes volumes de minério de crómio e lingotes de ferro para os Portos da Beira e de Maputo, através das linhas férreas de Machipanda e Limpopo, respectivamente.
Este Acordo, que entrou em vigor a 01 de Novembro corrente é válido até Dezembro de 2018, e prevê o transporte ferroviário de cerca de 1.000.000 de toneladas daqueles minérios de exportação, à razão de 70.000 toneladas por mês. Com a assinatura deste acordo a linha de Limpopo irá atingir no próximo ano cerca de 1 milhão toneladas, volume nunca antes realizado. Portanto, só para mostrar o nosso empenho em angariar/puxar o tráfego dos Países do hinterland para as nossas Linhas, nossos Portos.